terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Casos emblemáticos pra pensar um pouco

Caso 1:

Um homem de 60 e poucos anos, diabético em uso de insulina sem qualquer regularidade, com a doença descontrolada, que tinha dormência e queimação nos pés há alguns meses. Foi atendido por uma pediatra (???) numa UBS que diagnosticou...erisipela. Prescreveu antibióticos, que claro, não funcionaram.

Diagnóstico: neuropatia diabética. Corrigi a insulina e mediquei a neuropatia.


Caso 2:

Uma mulher de quase 70 anos com dores no joelho há vários meses. Foi à sua ginecologista, que diagnosticou...osteoporose. E prescreveu carbonato de cálcio e vitamina D.

Diagnóstico: artrose bilateral de joelhos. Suspendi o carbonato de cálcio e a vitamina D, mediquei com antiinflamatórios e solicitei fisioterapia.


Caso 3:

Homem de 50 e poucos anos com diagnóstico de diabetes e hipertensão. Procura a USF com queixa de dores musculares. Medicamentos em uso: dois anti-hipertensivos, um medicamento para o diabetes e...sinvastatina. Nenhuma história de doença cardiovascular. Nem mesmo um examezinho de "rotina" com colesterol elevado.

Diagnóstico: dor muscular secundária à sinvastatina. Suspendi a mesma, aproveitei e suspendi o AAS também.

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Acho que eu gasto 30-40% do meu tempo em consultório corrigindo essas coisas. Tudo fruto de um sistema centrado em especialistas focais que usam representantes de laboratório como principal fonte de "atualização" clínica.

E o salário, ó...